Qual é a origem das máscaras de carnaval? Uma aula sobre História, Arte e muito mais

7 de fevereiro de 2020


“O ano só começa depois do carnaval”. O dito popular traduz a relevância da festa mais popular do país. Por isso mesmo, é bem comum que as escolas abordem o tema com força total todo começo de ano.  Não é difícil encontrar, por exemplo, uma pessoa que, em pelo menos um ano do Ensino Fundamental ou Médio, não tenha feito alguma máscara de carnaval.

Ícone máximo da festa popular, as máscaras de carnaval são as atividades mais escolhidas pelos professores, sem, entretanto, muita contextualização: por que a máscara é, ainda, o maior símbolo do carnaval? Por que usamos sempre modelos venezianos para uma festa brasileira?

Quanto mais fundo vamos no tema, mais ele se mostra rico, com possibilidades de aprendizado que vão além da confecção de máscaras nas aulas de Arte, chegando a  outros componentes curriculares – principalmente História

Para te ajudar a sair da caixinha neste feriado, a Editora do Brasil separou uma dica para você criar uma máscara veneziana elaborada para estudantes do Ensino Médio, além de trazer um histórico desse artefato tão icônico no carnaval, proporcionando insights para expandir a abordagem em sala de aula. Confira.

Do drama ao luto

As máscaras são elementos muito anteriores à consolidação do carnaval como uma festa popular. Ao longo da humanidade, o utensílio foi amplamente usado para representar divindades, seres sobrenaturais ou antepassados, sendo item fundamental em diversos rituais e celebrações religiosas. 

Com o tempo, essa finalidade dá espaço para o uso nas artes: é na Grécia antiga, por exemplo, no século V a.C., que ela começa a ser utilizada em peças teatrais.

Nesse contexto, as máscaras passaram a servir de reforço das emoções que o espectador deveria reconhecer no ator, ainda que estivesse muito longe do palco. É aí que nasce o símbolo do teatro até os dias atuais: duas máscaras gregas, uma triste, e outra alegre – ambas exageradas, com traços bem marcados e expressivos.

Mais do que isso, as máscaras também eram usadas como forma de substituir o papel feminino: na Grécia Antiga, mulheres não eram consideradas cidadãs, sendo limitadas aos afazeres domésticos. Assim, ao lado de perucas, as máscaras davam vida à Jocasta, Clitemnestra, Electra e tantas outras personagens femininas do drama grego, interpretadas por homens.

Os povos da Grécia antiga são o exemplo mais clássico do uso de máscaras na antiguidade, o que não significa que seja o único. Não devemos esquecer, também, que por muito tempo elas foram utilizadas com um sentido completamente inverso a festividades em outras regiões: no Egito, por exemplo, a máscara era um dos adornos que acompanhavam os corpos dos faraós em seus sarcófagos, como forma de proteção e preparo para o mundo divino. O mesmo uso também aconteceu na própria Grécia, junto ao costume de se colocar duas moedas de ouro, uma em cada olho, para que a alma possa pagar, no mundo dos mortos, a passagem de barco pelo Rio Estige até o mundo inferior.

Máscaras de carnaval – o espetáculo de Veneza

Do teatro grego ao luto, as máscaras transitaram em diversas culturas com diversos significados. É apenas em Veneza, na Itália, que ela passa a ser considerada um adereço para o carnaval em si.

A origem desse uso remete, novamente, ao teatro. O que hoje conhecemos como máscaras venezianas, famosas pela exuberância, nasce com os famosos Pierrot, Colombina e Arlequim, personagens da Commedia dell’Arte, gênero popular de teatro surgido justamente  Itália, no século XVI. A popularização desses personagens, livres de moral, aliada ao fato das máscaras cobrirem todo o rosto, logo se tornou uma forma dos próprios cidadãos se esconderem no anonimato. 

Assim, os bailes de máscara se caracterizavam como momentos onde as pessoas se livravam das amarras sociais, constituindo um ambiente de liberdade e transgressão: não se sabe quem é rico, pobre, homem ou mulher.

Os anos transformaram a festa, mas as máscaras sobreviveram: a tradição dos bailes de máscara se estende ao longo dos séculos e, em contato com outras culturas, se converte no que hoje já compreendemos como carnaval.

Como elaborar as famosas máscaras venezianas?

Se você já pediu para seus estudantes decorarem máscaras de carnaval com lantejoulas, paetês, glitter ou tinta, então já está se baseando nos modelos venezianos: cores, brilho e extravagância são marcas registradas dessas máscaras, que podem cobrir tanto o rosto completo quanto apenas os olhos.

Basta uma rápida pesquisa on-line e encontramos diversos modelos para imprimir, recortar e decorar – o que pode não ser tão atrativo para o Ensino Médio. Por que não, então, propor algo mais elaborado – como, talvez, uma máscara veneziana de verdade? Abaixo, a Editora do Brasil organizou para você um passo a passo para criar uma máscara digna dos bailes de Veneza. Confira:

Molde

Para criar uma máscara veneziana com seus estudantes do Ensino Médio, você vai precisar de:

 

 

  • Jornal
  • Cola líquida
  • Água
  • Estilete ou tesoura com ponta
  • Elástico
  • Canetinha, tinta, glitter, lantejoula e outros materiais para decorar
  • Gesso e lixa (opcional)

O primeiro passo é fazer o molde para o rosto. Para isso, você pode comprar o modelo em plástico, que geralmente possui custo baixo. Você encontra esse molde em lojas de material de artesanato. 

Para extrair o corpo da máscara de carnaval do molde, basta recortar o jornal em tiras e colá-los no interior do modelo com uma mistura de água e cola. Após seco, repita o processo três vezes, com cola em abundância.

Faça as marcações

Quando a colagem estiver firme, remova cuidadosamente o molde. Com a ajuda de um estilete ou tesoura com ponta, recorte os olhos e fure dois pequenos orifícios na lateral e amarre o elástico.

 

 

Caso você queira um acabamento mais profissional e seja possível trabalhar com a turma, faça uma mistura de gesso e aplique em toda a superfície da máscara, lixando levemente após seco.

Decore

Com o auxílio de uma canetinha, delimite os lábios e faça a base da decoração. Na sequência, deixe a imaginação fluir e decore à vontade. 

Fontes:

https://escolaeducacao.com.br/mascaras-gregas/

https://www.estudopratico.com.br/aprenda-as-origens-e-o-significado-das-mascaras-gregas/

https://www.silvanatinelli.com.br/arte-artesanato/historia-das-mascaras-de-veneza/

https://istoe.com.br/colombina-pierrot-conheca-a-origem-das-mascaras-de-veneza/