Dicas de como organizar uma feira de ciências na sua escola

16 de outubro de 2019


Atividades extraclasse são, na maioria das vezes, uma ótima oportunidade para os alunos aplicarem na vida real os conteúdos aprendidos em sala de aula, fixando conceitos e criando gosto pelo tema em estudo. E as aulas de ciências são as campeãs nesse quesito em níveis que ultrapassam a escola real: quem nunca quis fazer um mini vulcão como experimento porque viu em algum filme ou série? E assim consolidou-se a ideia da feira de ciências, a ocasião onde os alunos apresentam diversas atividades práticas sobre a matéria.

Mas, você já se perguntou por que, de fato, realizar uma feira de ciências?

A importância da feira de ciências

O conceito de que as feiras de ciências são o momento no qual os alunos aplicam conceitos teóricos na prática está correto, mas não para por aí.

O modelo “clássico” de feira de ciências ruiu com o tempo e, hoje, não se espera mais que os alunos desenvolvam maquetes e repitam, mecanicamente, informações fornecidas pelo professor ou pelo livro didático. Isso, no fundo, não é ciência. Ao estimular a feira, é preciso compreender que o aluno, ao construir seu experimento, maquete ou qualquer outro estudo, está unindo dois pólos (prático e teórico) para que, a partir da experimentação e observação, possa construir um conhecimento próprio – o que é completamente diferente de usar um conceito já fechado e repeti-lo.

Como organizar?

A organização da feira de ciências é extremamente importante na recepção e dedicação dos alunos.

Por outro lado, não podemos esperar que os alunos, do ensino fundamental ao médio, criem sozinhos soluções inovadoras que irão resolver problemas da humanidade (embora jamais devemos desacreditar).

Por isso, é importante trabalhar a ideia e organização da feira com meses de antecedência, estimulando tanto a criatividade quanto a autonomia dos alunos. Para te ajudar nessa empreitada, separamos um passo a passo para que você não se perca na próxima feira de ciências e faça do evento um sucesso!

1. Trabalhe, contextualize e estimule  a ideia

A primeira etapa para organizar uma feira de ciências de sucesso é despertar no aluno o interesse pela mesma. É preferível que o professor comente sobre a realização com o máximo possível de antecedência, para que toda a classe se acostume com a ideia, o que ajuda em todos os aspectos, até mesmo com os estudantes mais tímidos, que precisam trabalhar o fato de que irão apresentar um projeto ao público. 

Isso, entretanto, não basta. É necessário que o professor contextualize a feira. Voltemos, novamente, ao clássico mini vulcão: por mais interessante que ele seja, o que ele acrescentará na vida prática dos alunos? Se houver alguma aproximação, então essa pode ser uma ideia válida. Caso contrário, talvez seja mais recomendado apresentar outros experimentos. Aproximando a feira de ciências do dia a dia do aluno, eles conseguirão encarar as aulas de ciências sempre como algo que transcende a sala de aula, tornando os ensinamentos úteis para o dia a dia. 

2. Ajude a encontrar temas

Encontrar temas pode ser mais complicado do que parece. O professor precisa prestar todo o apoio possível aos estudantes neste momento, até mesmo para assegurar que as atividades serão diversificadas, evitando as repetições de temas que são monótonas para o público e pouco proveitosas para a classe. 

Esta etapa deve ser realizada pelo menos três meses antes do evento, e é o momento ideal para assegurar que os alunos consigam criar um paralelo entre o conteúdo estudado nas aulas de ciências ao longo do ano e a vida real. 

Um bom ponto de partida, aqui, é usar temas de âmbito nacional ou global que impactam no nosso dia a dia, como o desmatamento criminoso em massa na Amazônia, o Dia da Sobrecarga da Terra, as epidemias de Sarampo e Febre Amarela, e outros assuntos que podem variar de acordo com o ciclo em que os alunos se encontram. 

A partir daí, o professor deve estimular que os alunos encontrem soluções para os problemas identificados, aplicando os conteúdos teóricos em classe. O resultado, mais do que o experimento, será um conhecimento novo – e aí está o processo científico. 

Uma boa forma de mensurar e avaliar esse processo, além de dedicar algumas aulas para os grupos se organizarem, é pedir relatórios e outros materiais de acompanhamento do projeto.

3. Pense na infraestrutura

Aqui, os alunos ficam um pouco de lado. Em paralelo às atividades que ocorrem em sala de aula, o professor, em parceria com os colegas de profissão e a gestão escolar, pensa na infraestrutura da feira. Com todos os grupos organizados, já é possível prever o quanto de espaço precisará ser utilizado e como serão dispostas as apresentações – por sala? Por tema? Por série?

4. Conscientize os pais

É importante que, com pelo menos dois meses de antecedência, os  pais sejam informados sobre a feira de ciências, tanto em meios formais, como bilhetes e informes, quanto informalmente, boca a boca, para que se programem e prestigiem os filhos – o que é extremamente importante para o estudante. É a partir da exposição dos trabalhos para a sociedade que o aluno se sentirá parte ativa da escola e do processo de ensino, podendo ver seu próprio conhecimento, construído cientificamente, atingir pessoas reais, na vida real. 

É nesse momento de protagonismo que o aluno cria interesse por mudar seu conceito não apenas de estudante, mas de cidadão, encarando o mundo e a sociedade como algo que pode ser melhorado, e não apenas aceito.

Fontes:

https://novaescola.org.br/conteudo/377/passo-a-passo-a-feira-vira-um-sucesso

https://www.coc.com.br/blog/souescola/para-a-escola/como-organizar-uma-feira-de-ciencias-na-sua-escola