Como fazer uma boa formação continuada

12 de fevereiro de 2020

O que define os dias atuais é a capacidade da informação correr o país de modo instantâneo. Essa característica faz com que mudanças sociais ocorram de maneira muito mais rápida do que estávamos habituados no começo dos anos 2000, por exemplo. E qual parcela da população representa um termômetro mais apurado para mudanças do que as crianças e adolescentes? Daí a importância do professor, que está em contato direto e diário com eles, manter-se atualizado e dedicado à sua formação continuada.

Formação continuada como complemento da atualização do professor

Mais o que nunca, o professor deve tentar seguir o máximo das tendências e atualizações do mundo da educação. A cada ano, jovens com dinâmicas únicas ingressam no sistema de ensino. Tendo isso em vista, não é exagero afirmar que um método de abordagem de 20 anos atrás pode não ser eficiente para a segunda década do século XXI.

Isso significa que a mudança social no comportamento do jovem influencia diretamente na maneira de transmitir conhecimento. No dia a dia, o professor de primeira viagem pode usar sua proximidade de geração com a turma para entender tal movimento, enquanto o profissional de longa data observa, com seu conhecimento, a mesma mutação ano a ano na prática. Mas, como considerar e abordar essas novas gerações nas metodologias de ensino? Daí a necessidade de não apenas se atualizar, mas de manter uma rotina de formação continuada.

Por que insistir numa boa formação continuada?

Considerando que o professor deve sempre se atualizar e se formar, podemos dizer que seu processo de aprendizagem nunca acaba. Isso não é uma sentença de estudo eterno – como uma faculdade sem fim. Muito pelo contrário. Mas é, como já vimos, inegável a necessidade de atualização e adaptação para manter um bom padrão de ensino.

Mais do que isso, a gestão escolar que investe na formação continuada dos seus professores assegura que o corpo docente estará mais apto a acompanhar as rápidas mudanças no cenário educacional, fazendo com que seja mais fácil lidar com os desafios do dia a dia em sala de aula. Dessa forma, o docente em formação continuada:

Detecta dificuldades de aprendizado dos estudantes com maior facilidade, tendo mais tempo para criar planos de ensino dedicados;
Consegue se adaptar à realidade atual dos alunos, acelerando o engajamento entre docente e turma;
Acompanha tendências de didáticas, podendo tornar o aprendizado mais leve e dinâmico.

Como implementar?

A formação continuada possui muitos modelos e abordagens – desde parcerias entre associações e escolas até a formação oferecida pelo coordenador pedagógico da própria escola.

Uma das formas mais comuns é esta última. Ao identificar as dificuldades e desafios do corpo docente, o coordenador pedagógico elabora um plano de formação a ser aplicado normalmente em encontro de professores, sempre em horário de trabalho pedagógico.

A partir daí, o coordenador pode elaborar diversos encontros que irão ajudar os profissionais a assimilar seus desafios, fazendo a escola caminhar de modo mais alinhado. Essas dificuldades podem – e devem – levar em consideração aspectos referentes ao próprio currículo estadual e, por consequência, à própria BNCC. De fato, a Base coloca a formação continuada como obrigatoriedade dentro das escolas, tamanha a importância da ação. Dessa forma, o coordenador é livre para organizar os pontos que julgar necessários abordar com sua equipe docente, como, por exemplo:

Habilidade de oratória em sala de aula;
Tendências de metodologias de ensino;
Expressão corporal em sala de aula;
Métodos de avaliação e acompanhamento de desempenho dos estudantes;
Incorporação de novas tecnologias como aliadas em sala de aula, etc.

Esses e outros tópicos de formação continuada auxiliam os professores em sua atualização e possibilitam o enriquecimento de sua metodologia de trabalho.

Antecipe seu calendário

É fato que, independente da forma com que seja feita a formação continuada e os encontros de professores, a agenda apertada dos docentes normalmente representa certa preocupação do coordenador pedagógico e da gestão escolar. É preciso muita organização para que tudo saia como planejado. Dessa forma, por que não usar a tecnologia a seu favor?

Identificada as necessidades e os pontos principais a serem abordados em sua equipe, o coordenador pode – e deve – antecipar seu calendário, organizando as datas de acordo com as obrigações escolares.

Por exemplo: todos os professores devem participar das horas pedagógicas uma vez por semana. Já é sabido, entretanto, que, em épocas de fechamento de bimestre, muitos docentes estarão atarefados com notas, conselhos e afins. Assim, o coordenador, logo no início do ano, deve atentar-se a essas datas de entregas burocráticas, reservando espaço para que os professores realizem suas tarefas neste período.

Assim, é possível ter um panorama de quantos encontros ocorrerão nas janelas entre os fechamentos de bimestres. Nessas datas, o coordenador já pode distribuir os temas que prefere trabalhar com seus professores em formação continuada, evitando empecilhos e imprevistos ao longo do caminho.

Use a tecnologia a seu favor

Ainda que os professores participem da formação continuada normalmente uma vez por semana, existem diversas maneiras para que você estimule o prolongamento da discussão do tema, garantindo mais dinamismo para a formação: o uso da tecnologia.

Em tempos de compartilhamento em tempo real de informação, por que não testar arquivos digitais? Criar diretórios na nuvem com acesso liberado para sua equipe de professores faz não só com que todos os dados sejam acessados de modo instantâneo, mas também oferece praticidade, fazendo com que todo o conteúdo abordado nas formações continuadas estejam disponíveis quando e onde o professor desejar, de modo organizado e intuitivo. Diversos sites oferecem esse tipo de serviço gratuitamente, como o Mega, o Google Drive e o One Drive.

Diversas plataformas, educacionais ou não, também servem de base não só de conteúdo mas de extensão da formação continuada para além do ambiente escolar. O próprio canal no Youtube do MEC, por exemplo, reúne diversos conteúdos, jornalísticos ou não, que suscitam inúmeras discussões e enriquecem a formação continuada do professor.

Estratégias e possibilidades não faltam! Basta uma boa organização e um ótimo plano de ação – assim, você e sua equipe docente só têm a crescer e a se desenvolver, tornando o ensino cada vez mais pontual e prazeroso.

Fontes:

http://portal.mec.gov.br/formacao

https://gestaoescolar.org.br/conteudo/142/5-etapas-para-a-formacao-de-professores-decolar