Como e por que utilizar as sequências didáticas em sala de aula?

13 de setembro de 2019


Provavelmente você já ouviu falar das sequências didáticas. Muitas vezes, os professores acabam a deixando de lado, já que sua estrutura lembra um plano de aula – que já é obrigatório. De certa forma, não é errado aproximá-la dos planejamentos. Ainda assim, seu conceito e aplicabilidade são significativamente mais amplos, como veremos a seguir.

O termo “sequência didática” ganhou destaque no Brasil ainda em 1998, com os Parâmetros Curriculares Nacionais, os PNCs, apresentados como “projetos” e “atividades sequenciadas”. Hoje, o conceito ganhou robustez: as atividades são separadas por etapas, como uma “escada” até o objetivo final, compondo um caminho onde o próprio aluno também pode compreender o trajeto trilhado até o aprendizado – que antes era restrito unicamente ao professor. É a partir dessa definição que podemos adentrar os diferenciais entre sequência didática e plano de aula.

Diferenças entre sequência didática e plano de aula

Existem algumas diferenças estruturais entre as sequências didáticas e os planos de aulas que são fundamentais para o aprendizado do aluno. A primeira delas é que a sequência didática acaba se tornando um trabalho cooperativo: enquanto os planos de aula são feitos em reuniões de planejamento exclusivas de professores, as sequências possibilitam que o próprio aluno tenha acesso à estrutura do projeto – onde ele se inicia, o que será feito no percurso e como e quando ele se encerra.

Aqui, eles terão plena consciência de qual nível se encontram dentro do processo ensino-aprendizagem e quanto falta para que o ciclo se encerre. Portanto, o aluno  assume uma posição de protagonista, construindo seu conhecimento através de uma via onde todos caminham juntos.

Exatamente por isso se dá outra diferença entre as sequências didáticas e os planos de aula: elas possibilitam um planejamento bem mais amplo e flexível, sempre prevendo um número de aulas dedicadas ao seu conteúdo, oferecendo ao aluno diversas fontes de informações – fotos, textos, gráficos, infográficos, matérias jornalísticas, etc. Quanto mais rico e diverso o material for, mais o aluno será capaz de refletir sobre o que aprendeu e sobre o próprio processo ensino-aprendizagem, e a sequência didática terá cumprido seu papel. 

Quais os passos da sequência didática?

Sintetizando tudo o que as sequências didáticas representam, podemos considerar que elas organizam e orientam o processo de ensino, não apenas para o professor, mas também para o estudante 

Dessa forma, ela deve considerar todas as etapas do aprendizado, da explanação do docente à produção do aluno. Isso faz com que as sequências didáticas sejam segmentadas, do ponto de vista pedagógico, em pelo menos três blocos principais: a abertura, o desenvolvimento e o encerramento.

Entregar o problema

A primeira etapa da sequência é a abertura. Aqui, você e seus alunos já sabem que participarão de uma sequência didática com começo, meio e fim, e é necessário que exista um problema a ser resolvido. O desenvolvimento desse problema será quase como o processo de um trabalho científico de graduação: é esse problema que norteará todo o processo ensino-aprendizagem. Neste momento de introdução, você, enquanto professor, deve contextualizar o tema e incentivar que os alunos encontrem soluções prévias, que funcionam como hipóteses. 

Solucionar o problema

Passada a contextualização e a criação de hipóteses, é hora de aprofundar os conhecimentos e munir seus alunos com bagagem suficiente para solucionar o problema apresentado na abertura. Nessa etapa, o aluno deve ter contato com textos, gráficos, tabelas, imagens e diversos outros recursos interligados de maneira segmentar e lógica, que o ajudem a desenvolver o raciocínio esperado para solucionar o problema. Essa etapa é a que mais demanda tempo, e pode ser desdobrada em várias aulas. Cabe ao professor decidir o que quer que seja avaliado.

Refletir sobre o problema

Fechando o ciclo, o final da sequência didática retorna, de certa forma, ao início. No encerramento, você volta ao questionamento inicial e sugere que agora, com os conhecimentos adquiridos, os alunos solucionem o problema e confrontem as conclusões com as hipóteses criadas na primeira etapa. Realizar essa evolução estimula que o estudante pense sobre o próprio aprendizado, bem como o processo utilizado para obtê-lo: as hipóteses estavam corretas? Em caso negativo, porquê estavam erradas? O que eu precisei fazer para entender que estavam erradas? Esses e outros questionamentos podem ser propostos pelo professor que, ao final da sequência didática, pode sugerir uma avaliação formal.

O que se espera?

Abordar conteúdos em sala de aula de uma única forma não é recomendado. Um dos caminhos para que o processo de aprendizado se dê de forma adequada e natural é justamente a diversidade de abordagens – aulas expositivas, livros didáticos, recursos digitais, todos eles unidos para o mesmo propósito. E a característica de trazer protagonismo para o aluno torna a sequência didática um elemento primordial que, em parceria com tantas outras abordagens, ajuda o jovem a alcançar o objetivo final: desenvolver-se de  maneira construtiva, crítica e sólida.

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Fonte: https://pontodidatica.com.br/por-que-utilizar-sequencia-didatica-em-suas-aulas/