27 de setembro de 2019
Todo professor sabe a importância do uso de documentários inspiradores em sala de aula. Ainda mais nessa era digital e audiovisual em que vivemos – é quase impossível encontrar alunos que não tenham contato com o YouTube ou outras plataformas de streaming de vídeo, e que não as usem como fonte para entender aquele tema complicado visto em aula. Isso acontece porque é por meio de imagens, vídeos, músicas, etc., que o aluno poderá fixar alguns conteúdos teóricos, suscitando discussões e reflexões que embasam os conhecimentos para além da escola.
Além dos benefícios no processo de ensino-aprendizagem, o uso de documentários para complementar as aulas também cumpre bases legais. A Base Nacional Comum Curricular (BNCC), por exemplo, reafirma a importância do trabalho com linguagens contemporâneas, em que o audiovisual está incluso. Já a lei nº 13.006 de 2014 estabelece a exibição de produções nacionais em escolas numa proporção de, pelo menos, duas horas mensais.
Dessa forma, torna-se fundamental que os professores considerem complementar algum conteúdo ou simplesmente provocar discussões críticas por meio de documentários inspiradores. Mas, com a correria do dia a dia, acabamos, por vezes, deixando de acompanhar lançamentos ou de conhecer produções diferentes, caindo na armadilha de repetir a mesma proposta de atividade por anos a fio.
É por isso que a Editora do Brasil resolveu te dar uma mãozinha e indicar uma lista com seis documentários inspiradores indicados para alunos e professores debaterem e aprofundarem seus conhecimentos em sala de aula. Confira a seguir e veja qual mais se encaixa para a faixa etária dos seus alunos:
O documentário da BBC sobre o fim da Segunda Guerra Mundial é ideal para turmas do Ensino Médio por trabalhar o assunto de maneira extremamente objetiva e, principalmente, visual: além de testemunhos, entrevistas e análises, o documentário também conta com reconstituições e efeitos especiais para narrar a explosão das bombas nucleares em Hiroshima e Nagasaki.
No documentário, diversas questões acerca das explosões são levantadas, como a morte de civis, a devastação ambiental e as sérias consequências físicas e psicológicas de quem sobreviveu ao ataque.
Com o filme, o professor de História está apto a trabalhar, além da Segunda Guerra Mundial, as motivações e a situação política da Guerra Fria.
O idealizador e produtor James Balog liderou sua equipe para o Ártico com a finalidade de fotografar a paisagem e acompanhar, por meio destes registros, as mudanças climáticas e as consequências do derretimento das calotas polares. Durante o documentário, o recurso de time-lapse é usado juntamente com outras tecnologias para que possamos observar como se dá a agressão consequente do aquecimento global.
Com imagens impressionantes, a obra se torna um prato cheio para professores de Biologia e Ciências, possibilitando discussões e complementação de estudos voltados para a preservação do meio ambiente e natureza.
Apesar de completar 35 anos em 2019, Jango tornou-se item obrigatório para turmas de Ensino Médio que estudam a História do Brasil com maior profundidade. Dirigido por Silvio Tendler, o documentário faz uma análise histórica sobre a política no país entre as décadas de 1960 e 1970, iniciando-se com a eleição de Jânio Quadros até atingir a deposição de João Goulart, contexto essencial para compreender o Golpe Militar de 1964.
Além de poder ser usado para aulas sobre a ascensão da ditadura, o documentário também é recomendado para turmas que estudam a década de 1980, uma vez que no ano de lançamento, 1984, o Brasil fervilhava com o movimento Diretas Já, influenciando diretamente na produção da obra.
O Paquistão é um país dominado pelo Talibã, grupo extremista que acredita que mulheres não devem frequentar a escola. Indo na contramão desta ideologia, a jovem Malala Yousafzai procurou mudar a realidade da sua terra natal, defendendo o acesso de mulheres à educação. A iniciativa resultou em um atentado à vida da garota, que levou um tiro na cabeça quando tinha apenas 15 anos, mas que felizmente não a matou. Após se recuperar, Malala acumulou prêmios e reconhecimento internacional, sendo a ganhadora do Prêmio Nobel da Paz mais jovem da história.
O documentário inspirador implica diversas discussões sobre feminicídio, machismo e direito das mulheres. E o melhor: está disponível para aluguel no YouTube (a partir de R$11,90, clicando aqui) e no catálogo da Netflix (até a data de publicação deste artigo).
Protagonizado e idealizado pelo astro Leonardo DiCaprio, Before the Flood trabalha com diversas questões políticas, sociais e ambientais que permeiam o fenômeno do aquecimento global. Durante o documentário, o ator entrevista ativistas, grandes empresários, cientistas e políticos, como Barack Obama (ex-presidente dos Estados Unidos), defendendo a luta contra o processo que leva a tal fenômeno.
É indicado especialmente para professores de Biologia, Geografia e Atualidades, que podem utilizar desde os diálogos da produção até as imagens apresentadas para discutir temas relevantes para o ENEM, por exemplo. Até mesmo o título em Português já implica um certo questionamento: “Seremos história?”
What Happened, Miss Simone? conta a história de uma das maiores cantoras e ativistas de todos os tempos, a norte-americana Nina Simone. Desde o início de sua carreira até os seus últimos dias, o documentário aborda com esmero os dois vértices de sua vida: a carreira e a luta pelo direito dos negros nos Estados Unidos na década de 1960.
A produção é da Netflix, e você pode trabalhar diversas questões relacionadas ao racismo sistemático e diversos pontos que tangem à Sociologia. E o melhor: todas as questões pertinentes para debates e rodas de conversas são apresentadas ao longo do documentário juntamente com muita música, como “I put a spell on you”, “Ain’t go no, I got life”, “My baby just cares for me” e outros clássicos da artista.
Fontes:
https://www.netflix.com/br/title/70308063
https://www.coc.com.br/blog/souescola/para-a-escola/5-documentarios-para-levar-para-a-sala-de-aula